sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Elektronische Musik (K. Stockhausen)

"Em 1953, K. Stockhausen é nomeado colaborador permanente no estúdio de música electrónica da rádio de Colónia; na sua primeira abordagem do domínio electrónico, Studie I (1953), ele limita o material sonoro aos sons sinusoidais; constatando certas «insuficiências», ultrapassa esta fase inicial em Studie II (1954), obtendo sons complexos, nomeadamente através da utilização de uma câmara de eco e de um sistema de filtragem que permite um maior dinamismo das fontes sonoras. No entanto, K. Stockhausen liberta-se bastante cedo da electrónica pura, passando a integrar fontes concretas. Assim, em Gesang der Jünglinge (1955) (Canto dos Adolescentes), predomina a vontade de assumir a homogeneidade do material, trabalhando já não como nos Studien apenas a partir de sons sinusoidais, isto é, periódicos, mas também a partir de sequências de impulsos não periódicos; é devido ao facto de «os diferentes fenómenos vocálicos não serem nada mais do que sons periódicos não sinusoidais de forma bem definida» que K. Stockhausen pôde utilizar a voz como domínio de sons com uma estrutura harmónica, preservando a possibilidade de um organismo sonoro unificado.
[...] Com a primeira versão de Kontakte (1959-1960), K. Stockhausen demonstra que é, apesar de tudo, possível situar-se ao nível das variações mais subtis que se possa imaginar, de alargar consideravelmente os tratamentos da duração e dos modos de apreensão do tempo, ao imobilizar completamente, por exemplo, um acontecimento sonoro durante um lapso de tempo tão vasto quanto se deseje, o que era inimaginável na execução instrumental devido às suas limitações fisiológicas.
Para K. Stockhausen, tais hipóteses deviam gerar novas categorias temporais e suscitar, através de um aprofundamento máximo da micro-estrutura do som, uma concentração sobre o aqui e agora.
Embora as técnicas electrónicas de produção sonora tenham permitido uma subversão inegável da concepção do tempo musical, o certo é que as possibilidades de montagem e mistura contribuíram, por seu lado, para pôr em causa a continuidade do discurso, a sua linearidade; a diversificação dos tratamentos e combinações, a partir de materiais de base, favorece uma individualização acrescida dos «objectos sonoros», podendo cada um ser dotado, através de métodos de controlo muito rigorosos, de qualidades específicas, de um modo de evolução autónomo."
Dominique e Jean-Yves Bosseur, Revoluções Musicais: A música contemporânea depois de 1945, trad. Maria José Bollino Machado, Editorial caminho, Lisboa, 1990, pp. 41-42.

Karlheinz Stockhausen - Elektronische Musik 1952-1960
gravado entre 1952 e 1960 nos estúdios da NWDR, em Colónia.

Etude (1952) [Konkrete musik]
1
Etude (3:35)

Studie I (1953)
2
Studie I (10:00)

Studie II (1954)
3
Studie II (3:50)

Gesang Der Jünglinge (1955-1956)
4
Gesang Der Jünglinge (13:40)

Kontakte (1959-1960)
5
Struktur I (2:21)
6
Struktur II (1:05)
7
Struktur III (3:55)
8
Struktur IV (0:48)
9
Struktur V (2:28)
10
Struktur VI (0:27)
11
Struktur VII (2:05)
12
Struktur VIII (1:33)
13
Struktur IX (2:30)
14
Struktur X (4:29)
15
Struktur XI (2:17)
16
Struktur XII (1:22)
17
Struktur XIII A (1:23)
18
Struktur XIII B (0:25)
19
Struktur XIII C (0:47)
20
Struktur XIII D (0:50)
21
Struktur XIII E (0:14)
22
Struktur XIII F (2:09)
23
Struktur XIV (0:29)
24
Struktur XV (0:43)
25
Struktur XVI A (0:35)
26
Struktur XVI B (0:04)
27
Struktur XVI C (0:16)
28
Struktur XVI D (0:10)
29
Struktur XVI E (1:52)
[Este link é o mesmo do blog A closet of curiosities e remete para o sendspace, que não é tão rápido nem imediato como o rapidshare, mas permite a descarga de ficheiros maiores.]