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sábado, 27 de outubro de 2007

Luis de Milán - Luys de Narvaez






















Dando seguimento ao projecto iniciado uns posts abaixo, aqui vão mais umas músicas dedicadas agora a Luis de Milán e Luys de Narvaez. Os textos são sumários porque são relativamente desconhecidos, e uma curta visita à net mostra imediatamente que todos os textos informativos sobre os dois são muito semelhantes, talvez copiados uns dos outros, ou da mesma fonte (wiki?). Assim sendo, escolhi apenas apontar alguns facto mais conhecidos. Adiante.

Luis de Milán (ca. 1500 - ca. 1561?)

"...músico e escritor natural de Valência e de provável linhagem aristocrática. O Libro de música e vihuela de mano intitulado El Maestro, impresso em Valência no ano de 1536 e dedicado, de forma assinalável, a D. João III, rei de Portugal, é um livro de música escrito com fins assumidamente didácticos com as composições organizadas por ordem crescente de dificuldades para o executante. É a mais antiga fonte conhecida de indicações explícitas de andamentos, tais como "algo apriessa" (um pouco rápido) ou "compás a espacio" (compasso lento)."

Luis Toscano

O texto é curto. É o que consta no folheto do concerto a que assisti. Resta dizer que, num registo comum ao período renascentista, Luis de Milán, escreve um tratado El Cortesano (1561) plasmado do Il Cortegiano de Baldassare Castiglione, onde descreve a vida na corte valenciana.


Luys de Narváez (ca.1500 - ca.1555)

Luys de Narvaez é um compositor renascentista espanhol, e que se destaca, como Milán, na composição e execução da vihuela, embora tenha começado na composição de música vocal polifónica. Narvaez é conhecido pela sua maior obra Los seys libros del Delphin de música de cifra para tañer vihuela, publicada em 1538. Tem como peça mais conhecida a La Canción del Emperador, uma transcrição de uma obra de Despres intitulada Mille regretz, e Guardame las vacas (ambas no registo que aqui deixamos). Estes são alguns dos factos conhecidos da biografia de Narvaez e repetidos, em todos os invariavelmente pequenos artigos que se vão encontrando na net. Contudo, para mais informação, aqui vai um ensaio (que não li) sobre a figura e a importância da obra de Narvaez.

Quanto ao cd, ele faz parte de um conjunto de seis dedicados à musica espanhola. É o primeiro da colecção e tem excerto das duas obras acima citadas de Milán e Narvaez, além de uma faixa com música de
Alonso Mudarra. Boa audição!

Performer: Julian Bream
Label: Rca Victor Red Seal


Luis De Milán: From "El Maestro"

1. Pavana I 1:45
2. Pavana V 1:28
3. Pavana VI 2:17
4. Fantasia XXII 2:45
5. Fantasía VIII 3:13
6. Fantasía IX 2:13
7. Tento I 7:37
8. Pavana IV 1:50
9. Fantasía XVI 3:17

Luys De Narvaez: From "Los seys libros del Delphin de Musica

10. Book I: Fantasía V 2:20
11. Book II: Fantasía V 1:14
12. Book III: La cancion del Emperador 3:27
13. Book II: Fantasía VI 1:06
14. Book V: Arde corazón arde 1:21
15. Book V: Ya se asiente el Rey Ramiro 2:03
16. Book IV: O Gloriosa Domina (seys diferencias) 7:28
17. Book VI: Conde claros 2:38
18. Book VI: Guárdame las vacas 2:49
19. Book VI: Tres diferencias por otra parte 2:31
20. Book VI: Baxa de contrapunto 1:25

Alonso Mudarra

21. Fantasía 2:01


Parte I
Parte II
Parte III

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Gaspar Sanz (1640-1710)


Anteontem desloquei-me a Aveiro para assistir a um recital de música renascentista na capela do Museu Santa Joana Princesa. A capela é espectacular e palco apropriado para um concerto de música. O melhor de tudo foi dar-me a conhecer alguns autores que desconhecia, o que me fez pensar no projecto de colocar no Ligações um albúm de cada autor tocado no recital.
A lista será esta, sem que haja a obrigação de seguir a ordem: John Dowland, Gaspar Sanz, José Marín, Luiz de Narváez, Luis de Milán, Johann Kapsberger, Heinrich Schütz e Claudio Monteverdi.
No recital era possível aceder a um folheto informativo (para mais informação sobre o compositor ir aqui e aqui). Eis o excerto (é pequeno eu sei) respeitante ao Gaspar Sanz:

«Natural de Calanda, na província de Aragão, concluiu a sua formação em Teologia na Universidade de Salamanca. Viajou posteriormente para Itália com o propósito de concretizar os seus estudos musicais antes de regressar a Espanha, onde escreveu o mais exaustivo e abrangente tratado de guitarra da sua época, "Instrución de Música sobre la guitarra española", diviido em três volumes, cuja primeira edição data de 1674.» (texto de Luís Toscano, tenor do grupo La Farsa)

Xavier Diaz Latorre: guitarra
Pedro Estevan: percursão
Mecenat Musical

1. Piezas Por La Eyc : Xacara
2. Piezas Por La Eyc : Paradetas
3. Piezas Por La Eyc : Passacalles
4. Piezas Por La Eyc : Zarabanda Espanola
5. Piezas Por La Eyc : Canario
6. Piezas Por La O : Preludio Y Fantasia
7. Piezas Por La O : Alemanda
8. Piezas Por La O : Jiga Al Ayre Ingles
9. Piezas Por La O : Passacalle
10. Piezas Por La D : Pavana Al Aire Espanol
11. Piezas Por La D : Xacara
12. Piezas Por La D : Passeos Por El Cuarto Tono
13. Piezas Por La D : Tarantella
14. Piezas Por La Cruz : Capricho Arpeado
15. Piezas Por La Cruz : Alemanda
16. Piezas Por La Cruz : Corrente
17. Piezas Por La Cruz : Zarabanda Francesca
18. Piezas Por La Cruz : Giga
19. Piezas Por La Cruz : Marionas Por La B

Laberintos Ingeniosos

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Portuguese Polyphony














Portuguese Polyphony

Ars Nova Ensemble - Bo Holten
Naxos

    Manuel Cardoso (1566-1650)
  1. Lamentatio
  2. Magnificat secundi toni

  3. Duarte Lobo (c.1565-1646)
  4. Audivi vocem de caelo
  5. Pater peccavi

  6. Filipe de Magalhães (c.1571-1652)
  7. Vidi aquam

  8. Missa O Soberana luz
  9. Kyrie
  10. Gloria
  11. Credo
  12. Sanctus
  13. Benedictus
  14. Agnus Dei
  15. Commissa mea pavesco

  16. Manuel da Fonseca (fl.c.1540)
  17. Beata viscera

  18. Bartolomeo Trosylho (c.1500-c.1567)
  19. Circumdederunt me

  20. Pedro de Escobar (c.1465-1535)
  21. Clamabat autem mulier
Portuguese Polyphony

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Polifonia renascentista

A polifonia já havia aparecido no século XII, com o organum melismático de Pérotin e Léonin, e ganhara um certo desenvolvimento no séc. XIV (por exemplo, nas missas de Machaut de quem já aqui se destacou a de Notre-dame), com a progressiva independência das vozes em relação ao cantochão, mas foi sobretudo no fim do século XV, com as polifonias sagradas de Ockeghem, que atingiu um elevado grau de complexidade (o "Deo Gratias" neste disco é a 36 vozes!) e sofisticação. No século seguinte, sob a influência do Concílio de Trento e de uma Contra-Reforma nascente, o pudor desaconselhava a exuberância das composições demasiado faustosas, mas nem por isso, Josquin Desprez (discípulo de Ockeghem) se conteve no número de vozes (24) deste motete, "Qui Habitat". [A razão deste post foi precisamente a re-descoberta deste motete, usado como banda sonora no plano final de "Vai e Vem" de João César Monteiro, cuja letra é retirada do livro dos Salmos (90).]
Este disco é uma colecção de polifonias desde finais do século XV até à segunda metado do séc. XVI. Thomas Tallis foi um dos principais compositores renascentistas ingleses (cliquem no nome para saberem mais) - "Spem in alium" é um motete a 40 vozes; Costanzo Porta
foi um representante da Escola de Veneza, tal como Giovanni Gabrieli, de quem se podem ouvir o "Sanctus"(13) e o "Agnus Dei"(14) da Missa Ducalis e "Exaudi me Domine"(16), respectivamente; Pierre de Manchicourt era um franco-flamengo, discípulo de Ockeghem, a par de Josquin Desprez, de quem também recebeu grande influência, e dele se ouve o motete "Laudate Dominum", o mais sóbrio de todos estes, com apenas 6 vozes; Alessandro Striggio, compositor na corte dos Medici, em Florença, terá eventualmente influenciado Tallis com o seu grande motete (40 vozes), "Ecce beatam lucem".

O disco chama-se Utopia Triumphans e é interpretado pelo Huelgas Ensemble, dirigido por Paul Van Nevel.
Have fun!