quarta-feira, 9 de abril de 2008

Mass of Tournai / St. Luke Passion - Anonymous




















Mass of Tournai (sec. XIV)

1. Kyrie

2. Gloria
3. Credo
4. Sanctus
5. Agnus Dei
6. Se Grasse/Cum Venerint/Ite Missa Est

St. Luke Passion (sec. XIV)


7. The First Day Of Unleavened Bread
8. The Mount Of Olives
9. The High Priest's House
10. The Council Of The Elders
11. Pilate And Herod
12. The Place Called The Skull
13. The Tomb

Label: Naxos
Composer: Anonymous
Orchestra/Ensemble: Tonus Peregrinus
2003



terça-feira, 8 de abril de 2008

Stabat Mater - Gioachino Rossini





















[
Giottino, Pietà of San Remigio. ca. 1365, Tempera on wood, 195 x 134 cm, Galleria degli Uffizi, Florence]

Não vou, infelizmente para mim, cumprir a promessa de escrever aqui um texto sobre o Stabat Mater. Além da inevitável preguiça, encontrei um site totalmente dedicado ao género Stabat Mater. Tem tudo. Textos, sobre as obras e os compositores, uma listagem (quase exaustiva mas ainda em crescimento) de compositores que composeram um SM. Esta listagem tem a particularidade de estar ordenada segundo vários critérios, o que nos permite variadas perspectivas sobre o género. Claro que o Rossini está presente. Check it out! aqui.
Espero que gostem. Boa audição.

Stabat Mater

1. Stabat Mater dolorosa
2. Cujus animam gementem
3. Quis est homo qui non fleret
4. Pro peccatis suae gentis
5. Eja Mater fons amoris
6. Sancta Mater istud agas
7. Fac ut portem Christi mortem
8. Inflammatus et accensus
9. Quando corpus morietur
10. Amen


Label: Deutsche Grammophon
Composer: Gioachino Rossini
Performer: Cecilia Bartoli, Raúl Giménez, Roberto Scandiuzzi, Luba Orgonasova
Conductor: Myung-Whun Chung
Orchestra/Ensemble: Vienna State Opera Chorus, Vienna Philharmonic Orchestra

1997


domingo, 23 de março de 2008

Et exspecto ressurrectionem mortuorum (Messiaen)


[Mark Rothko, nº14, óleo sobre tela 114 x 105 (1960), SFMOMA, São Francisco]

"Composta em 1964, a obra que aqui se apresenta, conheceu um grande sucesso junto do público desde a sua estreia em Maio de 1965, na Sainte-Chapelle, em Paris.

O seu autor, Olivier Messiaen (1908-1992), era na época uma das mais importantes personalidades do meio musical europeu, repartindo a sua actividade entre a composição, a interpretaçãoo (onde se destacou como organista), o ensino e a investigação musical.

O estatuto do compositor, o facto de ter sido prisioneiro dos campos de concentração Nazis e a sua constantemente reiterada fé na religião católica (a qual era no dizer do compositor a razão última da sua obra), levaram o Ministro da Cultura da França, André Malraux, a encomendar-lhe uma obra destinada a homenagear a memória dos mortos das duas Guerras Mundiais." [Apresentação da obra no site do Instituto Gregoriano de Lisboa que inclui mais informação sobre a obra aqui.]


Olivier Messiaen - Et exspecto ressurrectionem mortuorum (1964)

I. Des profondeurs de l'abime, je crie...
II. Le Christ, ressuscite` des morts, ne meurt plus
III. L'heure vient ou les morts entendront la voix du Fils.
IV. Ils ressusciteront, glorieux, avec un nom nouveau.
V. Et j'entendis la voix d'une foule immense...

Os cinco andamentos de Et Exspecto Ressurrectionem Mortuorum foram escritos para uma orquestra de 40 executantes que inclui madeiras, metais e instrumentos de percussão em metal.

p.s.: peço desculpa mas não tenho a certeza de quem interpreta a obra nesta versão. A intepretação de Pierre Boulez é famosa mas a fonte não referia quem interpretava, por isso não garanto que seja esta.

Michel Corrette (1707-1795) - III Leçons de Ténèbres
















[TIEPOLO, Giovanni Battista,Christ Carrying the Cross 1737-38, Oil on canvas, 450 x 517 cm Sant'Alvise, Venice]

Leçons de Ténèbres (1784)

1. Plein jeu - Adagio
2.
1er Leçon pour le Mercredy Saint
3. Duo - Andante
4. Duo sur les flutes - allegro
5. 1er Leçon pour le Jeudi Saint
6. Contre-faiseur - Duo allegro
7. Trio avec les Flutes - adagio
8. 1er Leçon pour le Vendredy Saint
9. Grand jeu - allegro

Catherine Greuillet, soprano
Philippe Foulon, cello
Olivier Vernet, orgue à l´orgue historique François-Henri Clicquot de l´église prieurale Saint-Pierre et Paul de Souvigny

sexta-feira, 21 de março de 2008

Die sieben Worte Jesu Christi am Kreuz (Schütz) SWV 478


[Pormenor do Altar de Isenheim, pintado por Matthias Grünewald,
c.1515, óleo sobre madeira, Musée d'Unterlinden, Colmar]


As sete palavras de Jesus na cruz são uma colecção de sete breves frases que, segundo uma certa tradição, foram pronunciadas por Jesus durante a sua crucificação. Estas frases - ou palavras, em sentido lato - são objecto de uma devoção especial e de meditação, principalmente durante a Semana Santa, entre os Cristãos, e foram recolhidas dos quatro Evangelhos. A sua ordem e expressão variam ligeiramente, consoante os diversos Evangelhos, e o seu conjunto completo não se encontra em nenhum deles.

Na sua versão alemã seriam:
  1. "Vater, vergib ihnen, denn sie wissen nicht, was sie tun." ( Lukas 23, 34) ["Pai, perdoai-lhes porque eles não sabem o que fazem."]
  2. "Amen, ich sage dir: Heute noch wirst du mit mir im Paradies sein." (Lukas 23, 43) ["Em verdade eu te digo que hoje estarás comigo no Paraíso."]
  3. "Frau, siehe, dein Sohn!" und: "Siehe, deine Mutter!" ( Johannes 19, 26-27) ["Mulher, eis aí o teu filho; olha aí a tua mãe."]
  4. "Mein Gott, mein Gott, warum hast Du mich verlassen?" ( Markus 15, 34) ["Eli, Eli, lama sabachthani? (Deus, meu Deus, por que me abandonaste?)"]
  5. "Mich dürstet." (Johannes 19, 28) ["Tenho sede"]
  6. "Es ist vollbracht." (Johannes 19, 30) ["Está consumado"]
  7. "Vater, in Deine Hände lege ich meinen Geist." (Lukas 23, 46) ["Pai, em tuas mãos entrego meu espírito"]

Die sieben Worte Jesu Christi am Kreuz (I e II) - Harmonia Mundi

1 Magnificat Swv 468
2 Erbarm dich mein, o Herre Gott Swv 447
3 Quemadmodum desiderat Swv 336
4 Anima mea Swv 263 - Adjuro vos Swv 264
5 Ach Herr, du Shöpfer aller Ding Swv 450
6 Die sieben worte Jesu Christi am Kreuz Swv 478
7 Meine Seele erhebt den Herren Swv 344
8 Die mit Tränen säen Swv 42

ENSEMBLE CLÉMENT JANEQUIN
LES SAQUEBOUTIERS DE TOULOUSE

Agnès Mellon, soprano
Dominique Visse, contratenor
Bruno Boterf, tenor
Philippe Cantor, barítono
Antoine Sicot, baixo
Konrad Junghänel, alaúde
Jonathan Cable, baixo de viola e contrabaixo

quarta-feira, 19 de março de 2008

Leçons de Ténèbres

Durante a Semana Santa, nada parece mais apropriado do que estas Leçons de Ténèbres de François Couperin.
Era hábito, nos finais do século XVII e inícios do XVIII, deslocar-se à Abadia de Longchamp, durante a quarta, quinta e sexta-feira da Semana Santa, para ouvir os cantores de ópera a interpretar a última composição das Lamentações de Jeremias, pois a ópera estava fechada e a liturgia do fim da quaresma era uma oportunidade que aqueles não podiam deixar escapar, para exibir os seus talentos apaixonados.
Na verdade, as Leçons de Ténèbres constituiam a primeira parte das orações do breviário, dividido em três nocturnos e principalmente formado pelos salmos e lições. Originalmente, elas deveriam ser cantadas logo depois da meia-noite, à primeira hora de Quinta, Sexta e Sábado Santos (matinas). Mas este horário convinha pouco a um público de ópera mimado, de modo que avançou-se para o meio-dia do dia precedente: "Mercredy, Jeudy et Vendredi Saint".
Das Lições compostas por Couperin, entre 1713 e 1717, apenas as três primeiras (incluídas neste disco), para o "Mercredy Saint", foram impressas; tendo-se perdido as seis restantes.
Liturgicamente, os versos do poema atribuído a Jeremias - as três lições para a Quarta-feira Santa retomam apenas os 14 primeiros versos dos 22 que constituem a primeira das cinco Lamentações - devem comemorar com lirismo os eventos da Paixão (ao contrário das Paixões de Bach, por exemplo, que são essencialmente dramáticas e acentuam pois os factos da história da Paixão). As Lamentações, falsamente atribuídas a Jeremias, pelas tradições judaica e católica, constituem uma composição em cinco cantos, onde a queda de Jerusalém (586 a.c.) é pungentemente lamentada e onde se exorta ao arrependimento e à meditação.
Musicalmente, as Leçons pertencem a uma tradição tipicamente francesa, onde Guillaume Bouzignac, Michel Lambert e Marc-Antoine Charpentier terão sido os principais e mais directos precursores.
(Adaptado do texto de René Jacobs que acompanha o disco da Harmonia Mundi)


François Couperin, Leçons de Ténèbres,
Concerto Vocale, Dir. René Jacobs
Arles: Harmonia Mundi,1982.

François Couperin (1668-1733), Leçons de Ténèbres
1. Première Leçon
2. Deuxième Leçon
3. Troisième Leçon

Jeremiah Clarke (1673-1707)
4. Blest be those sweet regions

Henry Purcell (1659-1695)
5. A Divine Hymn
(Lord, what is man)

6. An Evening Hymn
(The night is come)

René Jacobs, Contralto; Vincent Darras, 2º contralto; Max van Egmond, baixo; William Christie, órgão e cravo; Wieland Kuijken, baixo de viola; Jaap ter Linden, baixo de viola; Konrad Junghänel, teorba

[Pintura: Pieter Pauwel Rubens, Descida da Cruz, 1616-17, óleo sobre tela 425 x 295, Musée des Beaux-Arts, Lille]

quarta-feira, 5 de março de 2008

Verdi - Messa Da Requiem; Quattro Pezzi Sacri

























Requiem (CD1)

01. I. Requiem.mp3
02. II. Kyrie.mp3

03. III. Dies irae.mp3

04. IV. Tuba mirum.mp3

05. V. Liber scriptus.mp3

06. VI. Quid sum miser.mp3

07. VII. Rex tremendae.mp3

08. VIII. Recordare.mp3

09. IX. Ingemisco.mp3

10. X. Confutatis.mp3

11. XI. Lacrymosa.mp3
12. XII. Domine Jesu.mp3

13. XIII. Sanctus.mp3

14. XIV. Agnus Dei.mp3

Parte I
Parte II


Requiem e Quattro Pezzi Sacri (CD2)

01. XV. Lux Aeterna.mp3

02. XVI. Libera Me.mp3

03. I. Ave Maria.mp3

04. II. Stabat Mater.mp3

05. III. Laudi alla Vergine.mp3

06. IV. Te Deum.mp3

Parte III
Parte IV


Label: EMI
Composer:
Giuseppe Verdi
Performer: Nicolai Gedda, Nicolai Ghiaurov, Christa Ludwig, Elisabeth Schwarzkopf, Dame Janet Baker
Conductor: Carlo Maria Giulini
Orchestra/Ensemble: Philharmonia Chorus Orchestra, Philharmonia Orchestra

[Pic.
Retrato de Giuseppe Verdi por Giovanni Boldini, 1886 patente na
Galleria Nazionale d'Arte Moderna de Roma]

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Domenico Scarlatti (1685-1757) - Stabat Mater

Com este registo podemos escutar dois Scarlatti, se assim o podemos dizer, o Domenico e o Alessandro. Do Domenico são todas as obras excepto O Magnum Mysterium do Alessandro Scarlatti. Espero que gostem. Com o próximo post, do Stabat do Rossini, publicar-se-á um pequeno texto sobre o Stabat Mater.


1. Stabat Mater Dolorosa: Stabat Mater Dolorosa
2. Stabat Mater Dolorosa: Cujus Animam Gementem
3. Stabat Mater Dolorosa: Eja Mater, Fons Amoris
4. Stabat Mater Dolorosa: Sancta Mater, Istud Agas
5. Stabat Mater Dolorosa: Fac Me Vere Tecum Flere
6. Stabat Mater Dolorosa: Juxta Crucem Tecum Stare
7. Stabat Mater Dolorosa: Inflammatus Et Accensus
8. Stabat Mater Dolorosa: Fac Ut Animae Donetur
9. Stabat Mater Dolorosa: Amen

10. O Magnum Mysterium

11. Messa Breve 'La Stella': Kyrie
12. Messa Breve 'La Stella': Gloria
13. Messa Breve 'La Stella': Credo
14. Messa Breve 'La Stella': Sanctus
15. Messa Breve 'La Stella': Agnus Dei

16. Te Deum Laudamus: Te Deum Laudamus
17. Te Deum Laudamus: Te Ergo Quaesiumus

18. Iste Confessor

Ensemble William Byrd
Graham O'Reilly (director)
Pierre Verany
(Label)

Stabat Mater (I)
Stabat Mater (II)

[
PIC. Domenico Scarlatti, portrayed by Domingo Antonio Velasco in 1738]

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736) - Stabat Mater / Salve Regina




Stabat mater


1. Stabat Mater: I. Stabat Mater - Emma Kirkby/James Bowman

2. Stabat Mater: II. Cujus animam gementem - Emma Kirkby

3. Stabat Mater: III. O Quam tristis et afflicta - Emma Kirkby/James Bowman

4. Stabat Mater: IV. Quae moerebat et dolebat - James Bowman

5. Stabat Mater: V. Quis est homo - Emma Kirkby/James Bowman

6. Stabat Mater: VI. Vidit suum dulcem Natum - Emma Kirkby

7. Stabat Mater: VII. Eja, mater - James Bowman

8. Stabat Mater: VIII. Fac ut ardeat cor meum - Emma Kirkby/James Bowman

9. Stabat Mater: IX. Sancta mater - Emma Kirkby/James Bowman

10. Stabat Mater: X. Fac ut portem - James Bowman

11. Stabat Mater: XI. Inflammatus et accencus - Emma Kirkby/James Bowman

12. Stabat Mater: XII. Quando corpus - Emma Kirkby/James Bowman


Salve regina in C minor

13. Salve Regina: I. Salve Regina - Emma Kirkby

14. Salve Regina: II. Ad te clamamus - Emma Kirkby

15. Salve Regina: III. Eja ergo - Emma Kirkby

16. Salve Regina: IV. Et Jesum - Emma Kirkby

17. Salve Regina: V. O clemens - Emma Kirkby


Composed by Giovanni Battista Pergolesi
Performed by Academy of Ancient Music
with Emma Kirkby, James Bowman
Conducted by Christopher Hogwood

Stabat Mater/Salve Regina

[Este link foi retirado do site P.Q.P.Bach]

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Franz Josef Haydn (1732 - 1809) - Stabat Mater [Hob. XX-bis]

















[
Mater dolorosa, Luis de Morales (c.1510-1586)]

Stabat Mater

1. Stabat mater, Hob. XXbis: Stabat mater dolorosa - Largo

2. Stabat mater, Hob. XXbis: O quam tristis et afflicta - Larghetto

3. Stabat mater, Hob. XXbis: Quis est homo - Lento

4. Stabat mater, Hob. XXbis: Quis non posset contristari - Moderato

5. Stabat mater, Hob. XXbis: Pro peccatis suae gentis - Allegro ma non troppo

6. Stabat mater, Hob. XXbis: Vidit suum dulcem natum - Lento e mestoso

7. Stabat mater, Hob. XXbis: Eia mater, fons amoris - Allegretto

8. Stabat mater, Hob. XXbis: Sancta mater, istud agas - Larghetto

9. Stabat mater, Hob. XXbis: Fac me vere tecum flere - Lachrymoso

10. Stabat mater, Hob. XXbis: Virgo virginum praeclara - Andante

11. Stabat mater, Hob. XXbis: Flamis orci ne succedar - Presto

12. Stabat mater, Hob. XXbis: Fac me cruce custodiri - Moderato

13. Stabat mater, Hob. XXbis: A. Quando corpus morietur - Largo assai

14. Stabat mater, Hob. XXbis: Paradisi gloria


Barbara Bonney, soprano
Elisabeth von Magnus, mezzosoprano
Herbert Lippert, tenor
Alastair Miles, bajo
Schoenberg Choir
Concentus Musicus Viena
Nikolaus Harnoncourt
1995

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Melpomen, Ancient Greek Music
















Postei há uns tempos atrás, um álbum de música antiga do Atrium musicae de Madrid dirigido pelo Gregorio Paniagua. Posto outra "tentativa" de aceder ao ambiente musical grego por Conrad Steinmann. Nesta versão contamos com Steinmann na composição e Arianna Savall (soprano) na voz. Os instrumentos e a letra são originais, apenas a música de Steinamnn, claro, é o traço contemporâneo da gravação. Espero que apreciem.

Melpomen, Ancient Greek Music


1 - Akousate/Argos
2 - Melomai
3 - Sappho
4 - Eros
5 - Mater
6 - Nomos M
7 - Tenge Pleumonas Oino
8 - Dithyrambos
9 - Gaia
10 - Daktylos Amera
11 - Makrotatos
12 - Anakreon
13 - Perikleitos
14 - Agallis
15 - Dialogos
16 - Mona
17 - Protos
18 - Ekleipsis
19 - Proteron
20 - Hypne Anax
21 - Kretikos

Ensemble Melpomen
Conrad Steinmann
Arianna Savall
Luiz Alves da Silva
Massimo Cialfi

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

2363!! Esse número mítico.

Gostaria aqui de agradecer, em meu nome e em nome do co-autor deste blog, todas as visitas que este blog já recebeu (ainda que 2300 entradas sejam nossas) e esperar que a música que espalhamos por esse mundo fora (ou apenas na região da Bairrada que é onde vivemos) tenha servido para alguma coisa. Continuaremos a nossa missão de divulgar "coisas" e esperar estar ainda aqui, a postar como nunca, quando tivermos essa quantia igualmente mítica de 4726, que, nem por acaso, é exactamente o dobro da quantia actual.
Aproveito para anunciar que vou postar um "especial" Stabat Mater. Quem quiser contribuir com links tem desde já o meu mais sincero obrigado.
Um bem haja a todos.

[Para quem estiver a pensar que raio me terá passado pela cabeça, respondo que eu próprio também não sei. Só queria, afinal, pedir links para o Stabat Mater.]

João de Sousa Carvalho (1745-1798) - Te Deum (1792)

Te Deum é um hino da liturgia católica. A origem do canto parece não ser fácil de traçar, já que são contraditórias as hipóteses que se vão apresentando pela crítica e historiografia religiosas. A hipóteses mais famosa, mais simbólica do que científica (e talvez por isso mais interessante), reporta o Te Deum ao século IV, mais precisamente ao ano 387, na altura da cerimónia do baptismo de Santo Agostinho, Bispo de Hipona, que terá, com Santo Ambrósio, composto em alternância o hino para a própria cerimónia. Esta hipótese é confirmada, inclusive, pelo nome pelo qual o hino é tradicionalmente tratado "Hino Ambrosino" e pela incrição no Breviário Romano que o identifica: "Hymnus SS. Ambrosii et Augustini" ("Hino dos Santos Ambrósio e Agostinho").

Contudo, estudos filológicos e históricos recentes contraditam a origem simbólica do hino. Textos que surgiram (São Cipriano de Cartago em 252), e onde o hino aparece, remetem a sua origem para o século II, o que, do ponto de vista da métrica parece fazer mais sentido, segundo os especialistas. Assim, parece ser hoje consensual que a autoria do hino não se deve aos dois santos mas a um São Aniceto, Papa cujo pontificado decorreu cerca de 157 a cerca de 168.

A utilização do Te Deum nas liturgias é bastante frequente. Iniciamente era cantado no final das matinas dos dias festivos do calendário religioso. Para além deste uso, passou a ser introduzido, desde muito cedo, em todas as cerimónias liturgicas de Acção de Graças, tornando-se na oração principal. Estas cerimónias, que agradeciam uma qualquer benesse divina, podiam ter um carácter diverso: eclesiástico (canonizações, eleição de um novo Papa, consagração de um Bispo, etc...), políticas (assinaturas de tratados, vitórias militares, ou celebração do aniversário, nascimento, casamento de um membro da Família Real), ou qualquer acontecimento quotidiano marcante para a comunidade.

Em Portugal, o Te Deum conhece tem uma existência vigorosa com D. João V, que manda celebrar em 1718 um Te Deum a 31 de Dezembro de cada ano como agradecimento das graças divinas ao reino. O Te Deum passa, então, a ser um instrumento simbólico de afirmação e legitimação do poder do Estado e da Igreja, ao mesmo tempo que afirma a relação íntima entre estas duas esferas.

Deixo-vos com este pequeno, e sumário, texto de introdução, exclusivamente histórico, sobre o Te Deum. Quanto a João de Sousa Carvalho, os textos biográficos são muito resumidos. Como conclusão deixo-vos o texto do Te Deum.


TE DEUM

Te Deum laudamus: te Dominum confitemur.

Te æternum Patrem omnis terra veneratur.

Tibi omnes Angeli, tibi Cæli, et universæ Potestates: Tibi Cherubim et Seraphim incessabili voce proclamant: Sanctus, Sanctus, Sanctus Dominus Deus Sabaoth.

Pleni sunt cæli et terra majestatis gloriæ tuæ.

Te gloriosus Apostolorum chorus, Te Prophetarum laudabilis numerus, Te Martyrum candidatus laudat exercitus.

Te per orbem terrarum sancta confitetur Ecclesia, Patrem immensæ majestatis: Venerandum tuum verum et unicum Filium: Sanctum quoque Paraclitum Spiritum. Tu Rex gloriæ, Christe.

Tu Patris sempiternus es Filius, Tu, ad liberandum suscepturus hominem, non horruisti Virginis uterum.

Tu, devicto mortis aculeo, aperuisti credentibus regna cælorum. Tu ad dexteram, Dei sedes, in gloria Patris. Iudex crederis esse venturus.

(Ao versículo seguinte, todos se inclinam) Te ergo quæsumus, tuis famulis subveni, quos pretioso sanguine redemisti.

Æterna fac cum Sanctis tuis in gloria munerari.

Salvum fac populum tuum, Domine, et benedic hereditati tuæ.

Et rege eos, et extolle illos usque in æternum.

Per singulos dies benedicimus te; Et laudamus Nomen tuum in sæculum, et in sæculum sæculi.

Dignare, Domine, die isto sine peccato nos custodire.

Miserere nostri domine, miserere nostri.

Fiat misericordia tua, Domine, super nos, quemadmodum speravimus in te.

In te, Domine, speravi: non confundar in æternum.

V. Benedicamus Patrem, et Filium, cum Sancto Spiritu.

R. Laudemus, et superexaltemus eum in sæcula.

V. Benedictus es, Domine, in firmamento cæli.

R. Et laudabilis, et gloriosus, et superexaltatus in sæcula.

V. Domine, exaudis orationem meam.

R. Et clamor meus ad te veniat.

V. Dominus vobiscum.

R. Et cum spiritu tuo.

Oremus.

Deus, cujus misericordiæ non est numerus, et bonitatis infinitus est thesaurus: + piissimæ maiestati tuæ pro collatis donis gratias agimus, tuam semper clementiam exorantes; * ut, qui petentibus postulata concedis, eosdem non deserens, ad præmia futura disponas. Per Christum Dominum nostrum.

R. Amen.

[Fonte: wikipédia]


Te Deum

1. Te Deum Laudamus

2. Tibi Omnes Angeli

3. Sanctus

4. Te Gloriosus

5. Patrem Immensae Majestatis

6. Sanctum Quoque

7. Tu Patris

8. Tu Devicto

9. Judex Crederis

10. Te Ergo Quaesumus

11. Salvum Fac

12. Per Singulos Dies

13. Dignare Domine

14. Fiat Misericordia


Brigitte Fournier - Soprano I

Naoko Okada - Soprano II

Elisabeth Graf - Contralto

John Elwes - Tenor

Michel Brodard - Baixo


Coro & Orquestra Gulbenkian

Michel Corboz - Direcção
1991, Lisboa