segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Peer Gynt Op. 23

[Hans Guden (1825-1903), "Fjord em Sandviken"(1879), Nationalmuseum, Estocolmo]


Edvard Grieg
(1843-1907) - Peer Gynt Op. 23
(Música Incidental para a peça de Henrik Ibsen)
Barbara Bonney (soprano), Marianne Eklof (mezzo-soprano), Kjell Magnus Sandve (tenor), Urban Malmberg e Carl Gustaf Holmgren (barítonos); Wenche Foss, Toralv Maurstad, Tor Stokke (recitantes)
Gösta Ohlin's Vocal Ensemble, Pro Musica Choir
Gothenburg Symphony Orchestra, dirigida por Neeme Järvi

1 At The Wedding - Paul Cortese
2 Halling - Knut Buen
3 Springar - Knut Buen
4 The Abduction Of The Bride: Ingrid's Lamet - Gothenburg SO/Neeme Jarvi
5 Peer Gynt And The Herd-Girls - Maria Andersson/Monica Einarson/Charlotte Forsberg/Toralv Maurstad
6 Peer Gynt And The Woman In Green - Gothenburg SO/Neeme Jarvi
7 'Great Folk May Be Known By The Mounts That They Ride' - Gothenburg SO/Neeme Jarvi
8 In The Hall Of The Mountain King - Gosta Ohlin's Vocal Ens/Pro Musica Cham Chor/Gosta Ohlin
9 Dance Of The Mountain King's Daughter - Gothenburg SO/Neeme Jarvi
10 Peer Gynt Hunted By The Trolls - Toralv Maurstad/Gosta Ohlin's Vocal Ens/Pro Musica Cham Chor/Gosta Ohlin 11 Peer Gynt And The Boyg - Toralv Maurstad/Tor Stokke/Gosta Ohlin's Vocal Ens/Pro Musica Cham Chor/Gosta Ohlin
12 The Death Of Ase: Prld To Act III - Gothenburg SO/Neeme Jarvi
13 Act III Scene 4 - Toralv Maurstad/Wenche Foss
14 Morning Mood - Gothenburg SO/Neeme Jarvi
15 The Thief And The Receiver - Urban Malmberg/Carl Gustaf Holmgren
16 Arabian Dance - Gosta Ohlin's Vocal Ens/Pro Musica Cham Chor/Gosta Ohlin/Marianne Eklof
17 Anitra's Dance - Gothenburg SO/Neeme Jarvi
18 Peer Gynt's Ser - Urban Malmberg
19 Peer Gynt And Anitra - Wenche Foss/Toralv Maurstad
20 Solveig's Song - Barbara Bonney
21 Peer Gynt At The Statue Of Memnon - Gothenburg SO/Neeme Jarvi
22 Peer Gynt's Homecoming: Stormy Evening On The Sea - Gothenburg SO/Neeme Jarvi
23 Shipwreck - Toralv Maurstad
24 Solveig Sings In The Hut - Barbara Bonney
25 Night Scene - Toralv Maurstad/Gosta Ohlin's Vocal Ens/Pro Musica Cham Chor/Gosta Ohlin/Wenche Foss
26 Whitsun Hymn: 'Blessed Morn' - Gosta Ohlin's Vocal Ens/Pro Musica Cham Chor/Gosta Ohlin
27 Solveig's Cradle Song - Tor Stokke/Barbara Bonney/Gosta Ohlin's Vocal Ens/Pro Musica Cham Chor/Gosta Ohlin


terça-feira, 18 de setembro de 2007

E. Grieg - Peer Gynt suites 1 &2


Já agora, e para completar o ramalhete, aqui ficam as duas suites, op.46 e 55, na sua versão standard. Assim podemos comparar.
Esta versão é tocada pela Filarmónica de Berlim sob a direcção de H. v. Karajan.

Peer Gynt

EDVARD GRIEG - PEER GYNT SUITE NO.1 OP.46

01 - Morgenstimmung
02 - Ases Tod
03 - Anitras Tanz
04 - In Der Halle Des Bergkönigs

EDVARD GRIEG - PEER GYNT SUITE NO.2 OP.55

05 - Der Brautraub
06 - Arabischer Tanz
07 - Peer Gynts Heimkehr
08 - Solvejgs Lied

Pic.
Caspar David Friedrich, Morning,1821; Oil on canvas, 22 x 30.5 cm; Niedersachsisches Landesmuseum, Hannover

[Nota: é possível que as duas tenham o título trocado. Apenas agora dei por ela. Mas é uma questão de alterar o título das pastas.]

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Edvard Grieg (1843-1907) - Peer Gynt

Peer Gynt é uma peça de teatro do escritor norueguês Henrik Ibsen (1828 – 1906). Escrita em 1867, estreia a 24 Fevereiro de 1876 em Olso com música de Edvard Grieg. Como não muitas outras composições da história da música ocidental, a música de Grieg conseguiu atingir uma unanimidade intemporal, havendo trechos da obra que rivalizam em fama com alguns momentos mozartianos ou beethovenianos, para fazer apenas referência a estes dois compositores.

A composição da "música incidental" (nome pelo qual ficou conhecido o arranjo musical de Grieg para a peça) revelou-se, contudo, difícil. A ópera que seria composta para a peça nunca o foi, e surgiram 23 trechos musicais que, incidentalmente, irrompiam para suportar a declamação do texto. Grieg dizia que era mais fácil escrever pela sua própria cabeça do que sugestionado por Ibsen. Curioso é que o alinhamento inicial da música se perdeu e hoje é improvável que se consiga reproduzir a estreia que a obra teve em 1876.

Mais tarde, Grieg fez uns arranjos e aproveitou alguns trechos e compôs duas suites, op.46 e 55, que se tornaram famosas como concertos. Estas foram as suites que ficaram conhecidas como Peer Gynt e que, na verdade, não correspondem ao arranjo inicial para a obra de Ibsen. De facto, apenas um trecho (Canção de Solveig) figuraria nas duas suites e o próprio texto se torna escasso.

A novidade desta gravação é que recupera grande parte do trabalho vocal. Alguns trechos são de uma extraordinária beleza. Assinalo como meus preferidos, e de muita gente: Solveig Song, In the hall of the mountain king, o prelúdio do IV acto chamado Mornig mood e, o que gosto mais, Ase´s death (mantenho o inglês que aparece nos ficheiros mp3).

Curtam bués!


Peer Gynt
[a partir da peça com o mesmo nome de Henrik Ibsen]


1 Act one - Prelude : In the wedding garden
2 Act one - The bridal procession passes
3 Act one - Halling
4 Act one - Springar
5 Act two - Prelude : The abduction of the bride - Ingrid's lament
6 Act two - In the hall of the mountain King
7 Act two - Dance of the mountain King's daughter
8 Act three - Prelude : Deep in the coniferous forest
9 Act three - Solveig's song
10 Act three - Ase's death
11 Act four - Prelude : Morning mood
12 Act four - Arabian dance
13 Act four - Anitra's dance
14 Act four - Solveig's song
15 Act five - Prelude : Peer Gynt's journey home
16 Act five - Solveig's song in the hut
17 Act five - Whitsun hymn
18 Act five - Solveig's lullaby


Barbara Hendricks

Oslo Philharmonic Chorus

Oslo Philharmonic Orchestra

dir. Esa-Pekka Salonen

Sony


[Pic:
Edv. Munch
Plakat Peer Gynt, Paris 1896
]

domingo, 16 de setembro de 2007

Kompositionen (Adorno)












Theodor Wiesengrund Adorno (1903-1969) - Kompositionen (WERGO)
Buchberger Quartett / Frankfurter Kammerchor / Hans Michael Benerle: conductor
Frankfurter Opernhaus- und Museumsorchester / Gary Bertini: conductor / Solisten des Tölzer Knabenchors

Zwei Stücke für Streichquartett op. 2
1. Bewegt (1926)
2. Variationen (1925)

Sechs kurze Orchesterstücke
3. Bewegt, heftig (1929)
4. Sehr ruhig (1925)
5. Sehr lebhaft (Gigue) (1929)
6. Äußerst langsam (1926)
7. Leicht (Walzer) (1929)
8. Sehr langsam (1920/28)

Drei Gedichte von Theodor Däubler für vierstimmigen Frauenchor a cappella (1923-1945)
9. Dämmerung
10. Winter
11. Oft

Zwei Lieder mit Orchester aus 'Der Schatz des Indianer-Joe' nach Mark Twain (1932-1933)
12. Totenlied auf den Kater
13. Hucks Auftrittslied

'Kinderjahr' Sechs Stücke aus op.68 von Robert Schumann, für kleines Orchester gesetzt (1941)
14. Frühlingsgesang
15. Lied italienischer Marinari
16. Mai, lieber Mai - Bald bist du wieder da!
17. Erinnerung (4. November 1847: Mendelssohns Todestag)
18. Winterzeit (II)
19. Knecht Ruprecht

Reputado filósofo e sociólogo da Escola Crítica de Frankfurt, Adorno não foi menos um controverso e crítico musicólogo. Conhecido pela sua teoria de uma "nova música" e extremamente influenciado pela "segunda escola de viena" (Schönberg, Webern e Berg), interessou-se pelos novos compositores do pós-guerra (Pierre Boulez e Olivier Messiaen), mas alertando para os perigos do serialismo integral entre outros dogmatismos musicais. Alguns não lhe perdoam a crítica feita ao Jazz, que considerou reaccionária. Como compositor, não era um mero amador, mas antes um bom discípulo de Alban Berg, como pode verificar-se no conjunto de obras reunidas neste disco. O conteúdo deste está já descrito acima, mas pode destacar-se como singularidade a adaptação lírica incompleta do "Huckleberry Finn" de Mark Twain nas duas canções retiradas do "Tesouro de Joe Índio". Enjoy


sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Anton Bruckner - Die 3 Messen

















Disc. 1

[1-6] Mass no.1 in D minor for soloists, chorus and orchestra

Edith Mathis, Sopran
Marga Schiml, Alt/Contralto
Wieslaw Ochman, Tenor
Karl Ridderbusch, Bass
Chor und Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks
Elmar Schloter, Organ

[7-9] Mass no.2 in E minor for 8-part choir and wind Orchestra (cont.)

Disc.2
(cont.) [1-3] Mass no.2 in E minor for 8-part choir and wind Orchestra

Chor des Bayerischen Rundfunks
Mitglieder des Symphonieorchester
des Bayerischen Rundfunks


[4-10] Mass no.3 in F minor for soloists, chorus and orchestra

Maria Stader, Sopran
Claudia Hellman, Alt/Contralto
Ernst Haefliger, Tenor
Kim Borg, Bass
Chor und Symphonierorchester des Bayerischen Rundfunks
Anton Nowakowski, Organ

Direction: Eugen Jochum

Deutsche Grammophon

Die 3 Messen
Die 3 Messen II
Die 3 Messen III

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Chants de l´Eglise Milanaise


Após o desmembramento do Império Romano do Ocidente, a música ocidental fica entregue, quase em exlusivo, à instituição que emerge das ruínas romanas: a Igreja Cristã. É dela que fica dependente o desenvolvimento da música, tarefa que é cumprida em estreita dependência com a execução do serviço religioso. Doravante, por motivos religiosos e filosóficos, que veremos de seguida, a música passa a assumir novas funções e a possuir nova tonalidade.
A música antiga encontrava-se já associada aos ritos religiosos, na Grécia, por exemplo, com o culto dos deuses Apolo, Orfeu, Dioniso, etc. Acreditava-se, então, que a música possuiria poderes mágicos capazes de purificar o corpo e o espírito, de curar doenças e de operar milagres na Natureza. A "nova" música medieval não só se situa a um nível exclusivamente religioso, comopartilha algumas convicções teórico-filosóficas com a música antiga. A utilização da palavra, por exemplo, ao ponto da música quase se esgotar na letra, sugere que a música seria uma actividade comum à busca da verdade e da beleza, cara quer aos gregos quer à filosofia medieval. É por isso que, e aqui em ruptura com a tradição pagã, a música quase fica reduzida à verbalização de alguns trechos das escrituras. A verdade e a beleza seria a de Deus e esta estaria, na sua totalidade, contida nas Escrituras. Não valia a pena ir mais longe. A instrumentalização, que na tradição antiga se irmana aos sentimentos e ao corpo, estava, doravante, proibida.
o valor da música media-se, pois, pela propensão para a santidade que estimulava no ouvinte. Só é digna de ser ouvida na Igreja a música que por meio dos seus encantos abre a alma do ouvinte aos ensinamentos cristãos e à santidade. É o retorno da doutrina do Ethos clássica que defendia a acção da música sobre o corpo e a mente (um reconhecimento, alias, contemporâneo. Veja-se a musicoterapia).
Para terminar, um outro traço da ponte que se vislumbra entre a tradição grega e medieval, é a ideia de que a música transporta uma «verdade». Os gregos acreditavam na música «das esferas», numa música, que na sua estrutura, se assemelhava à estrutura do cosmos, nomeadamente às relações matemáticas entre os diversos astros do universo. Faziam corresponder, inclusive, as notas com planetas. Assim, emergiu a ideia implícita de que a ordem que regeria o universo estaria contida, corporeizada, na música. A música como representação do «cosmos». A ideia de verdade, na Idade Média, está ligada, agora, à ideia de Deus. É ele o guardião da verdade e as Escrituras o veículo da sua mensagem. À música está entregue a tarefa de disseminar a ordem do mundo, emanada da verdade de Deus.
É nos início do século V que se ouve em Milão o canto «ambrosino», nome que devém do seu patrono St. Ambrósio, bispo de Milão. Milão, capital administrativa do Império, era um importante interposto comercial e onde convergiam as mais variadas «tendências» culturais da época. Não é de admirar a influência oriental. Mas o canto «milanês», com a assumpção da Igreja à força de Império, teve dificuldade em se defender da unificação operada pelo canto romano. Manteve a sua identidade, embora tivesse sido impossível manter-se afastado de alguma influência. Contudo, o contrário, a influência que teve sobre o canto romano, não deixa igualmente de ser um facto.
Com a audição deste álbum, julgo que é possível vislumbrar algumas coisas que aqui foram referidas. A mais evidente é a utilização exlusiva da voz e a inexistência de instrumentalização. Repare-se também na monofonia do canto, uma única linha melódica presente ao longo das músicas. Boa audição!


Chants de l´eglise milanaise


1. Lucernarium: "Paraui lucernam Christo meo"

2. Psalmellus: "Tui sunt celi et terra"

3. Ingressa: "Lux fulgebit hodie super nos"

4. Angelorum laus: "Gloria in excelsis Deo"

5. Psalmellus: "Tecum principium in die virtutis tue"

6. Aleluia. verset: "Hodie in Bethlehem puer natus est"

7. Offertorium: "Ecce apertum est templum tabernaculi"

8. Canticum: "Ecce quam bonum et jocundum"

9. Offertorium: "Hec dicit Dominus"

10. Responsorium: "Congratulamini mihi omnes qui diligitis Dominum"


Ensemble Organum

Lycourgos Angelopoulos (1) - Josep Benet (2) - Malcolm Bothwell (3)

Josep Cabré (4) - Laurent Brisset - Soeur Marie Keyrouz (5)
Marie-France Leclercq - Florence Limon
Pasquale Mourey - Pascale Poulard - Antoine Sicot


Dir. Marcel Pérès


Harmonia Mundi