Harmonielehre (1985)
John Adams (1947- )
City of Birmingham Symphony Orchestra
Maestro: Simon Rattle
Harmonielehre I
Harmonielehre II
sexta-feira, 3 de agosto de 2007
John Adams - Harmonielehre
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HB
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Etiquetas: Contemporânea
João Domingos Bomtempo - Requiem Op.23

João Domingos Bomtempo foi um pianista virtuoso, conseguindo ombrear com os melhores interpretes parisienses e londrinos. Fez parte do grupo de 25 que em 1813 fundam a Philharmonic Society de Londres, grupo que congregava a elite da cultura musical da capital inglesa.
A vida, e inevitavelmente a obra, de Bomtempo não estão isentas de preocupações políticas. Neste particular, a vida de Bomtempo desenvolve um pouco ao sabor dos acontecimentos poíticos da época em Portugal. Em primeiro lugar, as invasões francesas, cujas derrotas do exército francês criam um mal-estar junto da comunidade lusa em Paris e obriga Bomtempo a partir para Londres; depois, a fuga da corte portuguesa para o Brasil e, por fim, a "regência" do general Beresford, após a derrota das tropas francesas. A todas estas ocorrências não foi indiferente o compositor portugues que partipou activamente no debate ideológico da época, entrando na Maçonaria e professando ideais liberais.
O Requiem que aqui trouxemos possui marcas desse engagement. A obra chama-se, na verdade, Requiem à memória de Luís de Camões, na medida em que se pretendia encontrar um paralelo entre o discurso tradicional da missa de finados como uma invocação dos pecados humanos, do seu julgamento, do castigo dos pecadores e da sua redenção, e o discurso simbólico da decadência de um povo pelos pecados cometidos contra a pátria. Camões serviria, neste contexto, como uma figura simbólica regeneradora da pátria lusa. Um pouco à imagem, mais tardia, do D. Sebastião de Pessoa.
A obra terá sido escrita em 1818 e estreada no ano seguinte em Paris, em privado, com o propósito de angariar fundos para a sua própria publicação, desejo coroado de sucesso pois a obra é publicada em 1819 ou 1829 em Paris com o título Messe de Requiem à quatre voix, choeurs, et grande orchestre [...] consacré à la memoire de Camões.
Em Lisboa, a obra é cantada pela primeira vez a 18 de Outubro de 1819, na Igreja de S.Domingos, em memória de Gomes Freira de Andrade e dos supliciados liberais de 1817. A marca de originalidade que foi um traço na carreira de Bomtempo, estende-se ainda ao Requiem, pois era raro na época escreverem-se missas de finados, sendo a excepção Cherubini, que estreia um Requiem em 1817. Por fim, para mais informações sobre João Domingos Bomtempo clique aqui.
A versão que aqui trazemos é uma versão do Coro e Orquestra da Gulbenkian, dirigida por Michel Corboz.
Boa audição!
Requiem à Memória de Luís de Camões, op.23
1. Intróito (Requiem aeternam)
2. Kyrie
3. Sequência (Dies irae)
4. Ofertório (Domine Jesu Christe)
Sanctus
5. Sanctus
6. Benedictus
7. Agnus dei & communio (Requiem aeternam)
Requiem Op. 23
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04:04
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Etiquetas: Romantismo
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